Desmatamento
O
tabaco, além de prejudicar a saúde de quem fuma, agride o meio ambiente, pois
florestas inteiras são devastadas e utilizadas como combustível para alimentar
os fornos à lenha e as estufas, que secam as folhas do fumo antes de serem
industrializadas. As ações de desmatamento para a produção do fumo de tabaco
contribuem de forma significativa para o desmatamento global, correspondendo a
aproximadamente 5% do total desmatado nos países em desenvolvimento. Para
cada 300 cigarros produzidos, uma árvore é queimada. Cada 15 maços de cigarro
que chegam ao mercado sacrificam uma árvore.
Poluição
do ar, das águas e matas
A
fumaça do cigarro contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, incluindo arsênico,
amônia, monóxido de carbono (o mesmo que sai do escapamento dos veículos),
substâncias cancerígenas, além de corantes e agrotóxicos em altas concentrações.
Imagine a quantidade de toxidade que várias pessoas fumando deixam no nosso
planeta.
Filtros
de cigarros desprezados no chão e outros locais inadequados e, depois, levados
pela chuva para lagos, rios, oceanos, florestas e jardins, demoram cerca de 5
anos para se decompor, podendo matar peixes, animais marinhos e aves que podem
ingeri-los. As pontas de cigarro lideram a lista de itens mais coletados nas
praias e correspondem de 25 a
50% de todo o lixo coletado em ruas e rodovias.
Uso de
pesticidas e agrotóxicos
Grande
parte da produção do fumo é feita por agricultores familiares. Na lavoura,
trabalham cerca de três a quatro integrantes de cada família, incluindo
crianças e adolescentes. Levantamento com fumicultores na região Sul do Brasil
concluiu que 55% não usam equipamentos de proteção, como máscaras, luvas e
botas.
A
pesquisa também concluiu que 48% dos familiares dos agricultores sofrem de
problemas de saúde associados ao uso de substâncias químicas, como dores de
cabeça persistentes e vômitos. O estudo revelou, ainda, que aproximadamente 80%
das famílias se desfazem dos resíduos inadequadamente, jogando os recipientes
vazios de agrotóxicos nas florestas ou queimando-os.
Ainda
em relação ao uso de agrotóxicos e seus efeitos, entre os fumicultores
observa-se maior risco de desenvolvimento de alterações comportamentais, que
podem evoluir para depressão e até suicídio. Estudo de 1996 encontrou fortes
indícios da relação entre a utilização de pesticidas na fumicultura e o aumento
das taxas de suicídio no município de Venâncio Aires (RS), um dos maiores
produtores de fumo em folha da região.
Entrave
ao desenvolvimento
A colheita das folhas de fumo ocorre em dezembro e janeiro, na
qual utiliza-se, massivamente, a mão-de-obra infantil. Tanto que o calendário
escolar da região do fumo teve que se adequar a esta realidade, antecipando o
término do ano letivo ao início da safra.
Incêndios
25% de
todos os incêndios são provocados por pontas de cigarros acesas, tanto
domésticos quanto em matas e florestas, o que resulta em destruição e mortes.
Fumo
passivo
Estudos
revelam que entre pessoas expostas ao fumo passivo há risco 30% maior de
desenvolver câncer de pulmão, 30% mais risco de sofrerem doenças cardíacas e
25% a 35% mais riscos de terem doenças coronarianas agudas. Além disso, a
propensão à asma e à redução da capacidade respiratória é maior neste grupo.
Um
recente e importante avanço na política nacional de controle do tabagismo foi
alcançado com a aprovação, pela presidente Dilma Rousseff, da Lei Federal
12.546/2011, que proibiu o fumo em recintos coletivos fechados em todo País.
Com a
aprovação dessa medida, o Brasil enfatiza o cumprimento do artigo 8º da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), que determina que os países
que assinaram o documento adotem medidas para proteger a população dos riscos
do tabagismo passivo em ambientes públicos, locais de trabalho e meios de
transporte.
Segundo
a OMS, a poluição tabagística ambiental, resultado da fumaça exalada pelo
fumante, é a maior causa de poluição de ambientes fechados e a terceira maior
causa de morte evitável no mundo.
O ar
poluído contém, em média, três vezes mais nicotina e monóxido de carbono, e até
50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do
fumante depois de passar pelo filtro do cigarro.
No
Brasil, pelo menos, 2.655 não-fumantes morrem a cada ano por doenças
atribuíveis ao tabagismo passivo. O que equivale dizer que, a cada dia, sete
brasileiros que não fumam morrem por doenças provocadas pela exposição à fumaça
do tabaco.